CURSO: PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR INTEGRADORA
Elias Batista Nogueira
Organização em Gestão
de uma Escola
RIO DE JANEIRO
2023
Elias Batista Nogueira
Trabalho de conclusão de Curso para a
aprovação no curso de Pós graduação em Gestão Escolar Integradora do Instituto
Pedagógico de Minas Gerais – IPEMIG
Orientador: João Batista Martins - Doutor
RIO DE JANEIRO
2023
RESUMO
A Gestão Escolar consiste no sistema de organização interna de
uma Escola envolvendo todos os setores, práticas e atividades que a instituição
estejam relacionados. O Gestor Educacional tem
como ferramenta a Administração, visando na utilização dos recursos
administrativos garantir o desenvolvimento sócio – Educacional e a eficácia na
instituição de Ensino.
Palavras-chave: Gestão. Escola.
Ensino.
SUMMARY
School Management
consists of the system of internal organization of a School involving all
sectors, practices and activities related to the institution. The Educational
Manager has the Administration as a tool, aiming at the use of administrative
resources to ensure the socio-educational development and effectiveness in the
Educational institution.
Management. School. Teaching.
SUMÁRIO
Introdução
Gestão
Organizacional Escolar
Pilares
da Gestão Escolar
Conclusão
Referências
Introdução
No presente artigo relatarei a função enobrecedora do Gestor em sua atividade enquanto Organizador nas Escolas. No ambiente escolar consiste um espaço dinâmico influenciado por diversos fatores: infraestrutura, equipe profissional, proposta pedagógica, situação financeira, organização e relacionamento com pais e estudantes. Para dar conta de tudo isso, uma boa gestão escolar é imprescindível.
Todo o profissional de Gestão que vive o desenvolvimento da vida e do meio ambiente escolar precisa se qualificar com excelência, entendendo que todos os serviços prestados em todos os seguimentos da escola passam por um crivo administrativo, com proteção e ações regulatórias em lei.
Neste trabalho de conclusão de Curso meu objetivo é o despertar uma atuação produtiva a sociedade através da Gestão Escolar com competência profissional. A organização do Sistema Educacional Brasileiro ocorre por meio dos sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A atual estrutura do sistema educacional regular no Brasil consiste na educação básica – educação infantil, ensino fundamental e ensino médio – e a educação superior.
A importância do conhecimento na gestão escolar é fundamental, pois entendendo o convívio nos diferentes níveis de ensino, pode transformar-se em um conhecimento que se potencializa de enfrentar os problemas escolares e obter maior possibilidade de soluciona-los. Os órgãos responsáveis pela educação, em nível federal, são o Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Nacional de Educação (CNE). Em nível estadual, temos a Secretaria Estadual de Educação (SEE), o Conselho Estadual de Educação (CEE), a Delegacia Regional de Educação (DRE) ou Secretaria Municipal de Educação.
Perceberemos e constataremos que o conceito de gestão tem a finalidade de conquistar os resultados mais satisfatórios possíveis. Porém, eles só são alcançados quando as estratégias e os processos estão em sintonia. É construído um conjunto próprio de princípios e valores que são resultantes da interação sobre as pessoas.
Gestão Organizacional Escolar
A gestão organizacional é o planejamento de todas as ações que contribuem para o pleno funcionamento de um sistema, o que resulta na efetivação de tarefas, metas e/ou objetivos gerais.
A gestão escolar é a administração de procedimentos, recursos, informações e políticas pedagógicas de uma escola, com o objetivo de garantir o bom funcionamento da unidade, o desenvolvimento integral dos estudantes e a melhoria dos processos de aprendizagem.
Embora essa tarefa seja responsabilidade máxima do diretor ou diretora, a gestão escolar só é eficiente quando há uma participação ativa de toda a comunidade da escola – professores, coordenadores, profissionais técnico-administrativos, pais, alunos e organizações relacionadas à instituição.
Essa colaboração coletiva faz parte do conceito de gestão democrática na escola, que é defendido pela maioria dos autores acadêmicos da Educação e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Neste modelo de gestão democrática, o diretor atua como um mediador dos interesses e opiniões dos membros da comunidade escolar, além de ser um administrador, planejador, avaliador e tomador de decisões.
Pilares da Gestão Escolar
O ambiente escolar é formado por diferentes esferas. Por isso, a gestão escolar é multissetorial.
Gestão pedagógica
O pilar mais fundamental da gestão escolar, ligado à sua atividade-fim, é a gestão pedagógica, na qual o diretor e o coordenador pedagógico são peças-chave.
Esses dois profissionais têm a responsabilidade de planejar, junto com a comunidade escolar, todas as propostas pedagógicas,
metodologias de ensino, estrutura curricular, modelos de avaliação e atividades previstas para o ano letivo.
Além disso, são deveres do diretor e do coordenador pedagógico:
Supervisionar a execução do planejamento ao longo do ano;
Dar suporte para os professores;
Orientar os docentes quanto aos planos de aula;
Avaliar os resultados dos projetos e ações pedagógicas;
Buscar novas ideias, estratégias e tecnologias para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem na escola.
Gestão administrativa
Outro segmento da gestão escolar é a gestão administrativa, mais focada na resolução de problemas e questões operacionais.
Como exemplos de responsabilidades administrativas do diretor escolar, podemos citar:
Distribuição de tarefas entre profissionais;
Organização de prazos, arquivos e departamentos;
Assinatura de documentos;
Monitoramento da frequência de professores;
Acompanhamento de obras, reformas e manutenções de equipamentos;
Gestão de estoque de materiais;
Levantamento de necessidades de compra;
Supervisão da alimentação escolar;
Acompanhamento de inspeções técnicas.
Esse pilar está relacionado com as atividades-meio da escola e parece, à primeira vista, pouco importante para o sucesso educacional. No entanto, todos os detalhes de infraestrutura, merenda e organização do trabalho geram impactos na aprendizagem dos alunos e na satisfação dos pais e professores.
Essa área é a mais desafiadora para os diretores escolares, por falta de identificação e ausência de preparo, já que a formação da maioria dos gestores é em Pedagogia.
Gestão financeira
A saúde financeira de uma escola é importantíssima para a continuidade das atividades pedagógicas, manutenção dos empregos e preservação do patrimônio. Por isso, outra tarefa do diretor escolar é gerenciar as contas da unidade, cuidando para que o saldo esteja sempre positivo.
A gestão financeira envolve:
Controle de fluxo de caixa;
Pagamento de salários, bônus, impostos, fornecedores, contas fixas e contribuições trabalhistas;
Cobrança de mensalidades (escola particular);
Recebimento de verba governamental (escola pública);
Liberação de verba para obras e reformas no prédio;
Liberação de verba para manutenção de equipamentos;
Compra de materiais didáticos e tecnologias educacionais;
Registro de contas e notas fiscais;
Controle de estoque;
Monitoramento de inadimplência de estudantes (escola particular);
Previsão de verba para contratação ou demissão de funcionários (escola particular);
Renegociação de dívidas (escola particular);
Acompanhamento de lucros (escola particular);
Prestação de contas (escola pública).
Assim como a gestão administrativa, esse pilar tem um perfil mais operacional e requer habilidades não contempladas pela formação inicial dos pedagogos e professores. Por esse motivo, muitos diretores fazem cursos de capacitação complementar e/ou contam com a ajuda de um profissional especializado.
Gestão de recursos humanos
A gestão de recursos humanos também pode ser assistida por um profissional dedicado ou ser centralizada na figura do diretor escolar. Esse pilar inclui:
A contratação e demissão de funcionários;
Suporte ao desenvolvimento profissional dos colaboradores;
Desenvolvimento de atividades de integração;
Cuidados com a saúde mental dos colaboradores.
Atendimento de pais e estudantes;
Comunicação com toda a comunidade escolar;
Mediação de conflitos.
O bem-estar e a saúde mental dos profissionais da escola devem estar entre as prioridades do gestor escolar. Além de impactar na qualidade de vida dessas pessoas, esse cuidado vai influenciar no clima escolar.
Quem não quer conviver em uma escola cheia de pessoas alegres, simpáticas e cooperadoras? Esse certamente é um desejo de todos os professores, pais e alunos.
Falando neles, outro ponto da gestão de recursos humanos é o relacionamento com os pais e estudantes. O diretor e o coordenador pedagógico precisam ter disponibilidade diária para atendimentos e saber mediar conflitos com ética e paciência.
Já a formação continuada de professores é uma das maiores responsabilidades do coordenador pedagógico, por meio do acompanhamento de suas rotinas, identificação de qualidades e pontos de melhoria, realização de cursos, seminários, palestras e rodas de conversa.
Gestão de recursos materiais
Transversal à gestão financeira e administrativa, a gestão de recursos materiais merece um tópico à parte devido às suas especificidades.
Cabe ao diretor da escola, em cooperação com toda a comunidade escolar, definir quais móveis, equipamentos, ferramentas, materiais didáticos e
tecnologias educacionais serão utilizados na instituição, de acordo com a proposta pedagógica.
Também é necessário supervisionar o bom uso desses recursos, capacitar os professores para isso e agendar manutenções periódicas de equipamentos.
O gestor escolar precisa estar atento às novidades tecnológicas, discussões acadêmicas, leis, regulamentações e documentos curriculares, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para não adquirir materiais defasados ou pouco úteis para o contexto atual da educação.
Conclusão:
Trabalhar como gestor de uma escola é um papel extremamente desafiador. Exige que neste meio profissional atuemos como um líder democrático, mediando os interesses e opiniões dos membros da comunidade escolar e tomando decisões estratégicas para o bom funcionamento da unidade levando em conta que por atuar em várias frentes são enormes o número de dificuldades encontradas no percurso.
A participação da família no processo de ensino-aprendizagem já está prevista na Constituição Federal: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família”. Mesmo assim, nem sempre é fácil ter a colaboração dos pais e responsáveis.
Alguns familiares são muito distantes, faltam às reuniões e não assinam as autorizações. Outros têm presença constante na escola, mas vão para reclamar, brigar com o professor ou exigir dos gestores resultados que estão além das responsabilidades da escola.
Há também aqueles que têm interesse em participar da vida escolar dos filhos, mas não conseguem por causa das condições de trabalho ou baixa escolaridade. E ainda existem os casos de violência doméstica, prisão na família, conflito familiar, doença e luto em casa.
Mas a verdade é que o apoio da família é insubstituível, seja para acolher emocionalmente, ajudar no dever de casa, incentivar a leitura ou criar uma rotina saudável e disciplinada.
Por isso, conscientizar os pais e responsáveis sobre o papel deles no processo de aprendizagem é muito importante.
Prestar contas é um desafio a mais ao gestor principalmente quando atua no serviço público e precisa lidar com recursos recebidos pelo governo. Além da obrigatoriedade de uma documentação padrão no caso dos repasses federais do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), por exemplo, que podem ser suspensos se a escola perder o prazo de encaminhar as informações.
O maior desafio que vejo hoje como gestor escolar é criar um ambiente inclusivo e respeitoso que dê conta de reunir uma diversidade de pessoas: pais, estudantes e profissionais de várias cores, raças, etnias, gêneros, orientações sexuais, faixas etárias, classes econômicas e níveis de escolarização. Precisa-se estar preparada, tanto a nível de estrutura quanto a nível de socialização e apoio técnico, para receber e ensinar alunos com deficiência, autistas e superdotados.
A intensificação da presença dos smartphones, aplicativos, computadores, softwares, redes sociais e ferramentas de
Inteligência Artificial na vida dos estudantes, pais e professores mudou profundamente a maneira de aprender, o comportamento dos alunos e a dinâmica em sala de aula.
Se acostumando com essa realidade se abrem para novas possibilidades pedagógicas com o uso da
tecnologia na educação.
Segundo a BNCC, é imprescindível que a escola “eduque para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital”.
A gestão escolar precisa ser, além de operacional, administrativa e pedagógica, uma gestão estratégica. Para cada um dos pilares da gestão escolar e em resposta aos principais desafios do gestor na atualidade, aplicamos algumas estratégias que não podem faltar no plano de gestão.
A adoção de plataformas digitais de ensino que apresentam aos alunos conteúdos interativos e geram dados de avaliação para professores e gestores, como as
Suítes Educacionais, pode ser de grande ajuda nesses projetos.
Para melhorar o relacionamento entre família e escola, o gestor deve liderar e incentivar uma comunicação assertiva entre os profissionais, estudantes e responsáveis.
A transparência, proatividade e clareza na divulgação de informações vão manter os agentes da comunidade escolar engajados e, principalmente, construir uma relação de confiança.
É importante que essa comunicação seja constante, atualizada e em canais de fácil acesso para a comunidade escolar: mural de notícias, cartazes, avisos na agenda escolar, aplicativo, e-mail, telefone, WhatsApp ou rede social.
O diálogo também deve ser não-violento, ético, respeitoso e aberto a divergências de opiniões. Não apenas fale, mas também escute!
Para facilitar a prestação de contas e a gestão financeira e administrativa, muitos diretores têm usado sistemas informatizados de gestão escolar. Esses softwares reúnem várias informações e documentos, automatizam tarefas burocráticas e podem ser integradas a outros programas.
Outra estratégia de gestão voltada para o fortalecimento da inclusão e respeito à diversidade na escola é o acolhimento. Trata-se de um conjunto de ações desenvolvidas no início e ao longo do ano letivo, como:
Recepção dos estudantes na entrada da escola;
Escuta solidária;
Cuidado socioemocional;
Atividades de integração e colaboração;
Apoio acadêmico de alunos em situação de vulnerabilidade;
Busca ativa de estudantes em evasão ou abandono escolar.
O objetivo dessa estratégia é criar um ambiente de apoio socioemocional na escola e inibir casos de violência, bullying e discriminação.
E falando em inclusão, o desenvolvimento educacional das pessoas com deficiência, transtorno global do desenvolvimento ou superdotação só é possível por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE).
De acordo com a Resolução Nº. 4 CNE/CEB, o AEE é direito de todos os alunos com deficiência e precisa estar integrar o Projeto Político Pedagógico de todas as escolas. Seu objetivo é complementar a formação desses estudantes, de acordo com suas necessidades e limitações.
O AEE deve ser realizado na sala de recursos multifuncionais da escola ou de outra unidade próxima ou em centros de atendimento educacional especializado.
A sala de recursos multifuncionais é cheia de equipamentos, móveis, materiais didáticos e recursos digitais que auxiliam o desenvolvimento dos estudantes com deficiência. Uma ferramenta muito interessante, que vale a pena conhecer, é a
mesa educacional.
A inserção de tecnologias de informação e comunicação em sala de aula para garantir a
inclusão digital e a formação crítica dos estudantes é uma exigência da BNCC. Mas como escolher as tecnologias educacionais certas e implementá-las em sala de aula?
O fato é que os recursos educacionais digitais são variados e o uso deles só será efetivo se houver formação específica para os professores e intencionalidade pedagógica.
Por causa disso, o Educacional desenvolve soluções de tecnologia educacional para escolas do Brasil e do mundo, considerando os objetivos de aprendizagem, o perfil dos alunos e as necessidades de cada unidade.
Assim o gestor não precisa se preocupar em selecionar recursos digitais que não conhece ou ensinar os professores a dominarem essas ferramentas.
REFERÊNCIAS:
> BURAK, Dalila Maria Antoneche; FLACK, Simone de Fátima. Concepções de gestão escolar presentes no trabalho do diretor nas escolas municipais em Ponta Grossa-PR. In: JORNADA NACIONAL DO HISTEDBR, 10, 2011, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa: UEPG, 2011.
· CARDOSO, Tereza; ALARCÃO, Isabel; ANTUNES, Celorico J. Revisão da literatura e sistematização do conhecimento. Porto: Porto, 2010.
· CARVALHO, Elma Júlia G. de. Gestão escolar: da centralização à descentralização. Cadernos de Pesquisa em Educação, Vitória, a. 9, v. 18, n. 36, p. 39-59, jul./dez. 2012.
· CATTANI, Antonio David; HOZLMANN, Lorena (Org.). Dicionário do trabalho e tecnologia. 2. ed. Porto Alegre: Zouk, 2011.
· CATTONAR, Branka. Evolução do modo de regulação escolar e reestruturação da função de diretor de escola. Educação em Revista, n. 44, p. 185-208, 2006.
> Acesso em: 08 de Fev. de 2022
· VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do trabalho pedagógico - do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 11. ed. São Paulo: Libertad, 2009.
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